MULAN

(Leitura: 2 min)

Assisti ao filme Mulan. Em parte, porque gosto de cinema. Em parte, estimulado pelas polêmicas que ele gerou.

É um bom filme. Uma obra de ação típica. Uma pessoa simples, anônima, passa por um processo de aventura, aprendizado e superação para, finalmente, salvar o mundo. Fórmula clássica que qualquer pessoa que curte cinema já viu Hollywood repetir quase ao infinito e que nunca se exaure.

Mas, tem uma diferença essencial em relação aos outros trocentos filmes de ação que Hollywood já fez. Enquanto os outros louvavam o ideal de estilo de vida americano (american way of life), este exalta o ideal de estilo de vida chinês (não sei como dizer em mandarim, ainda).

Todos os elementos estão lá. O grande líder que vive para cuidar de seu povo, enfrentando perigos em pessoa se necessário; o governo central que deve ser honrado e servido por todos; os inimigos externos que querem destruir o modo de vida chinês; o dever de todos de se submeter ao governo, à família e à tradição, e se sentir honrado por isso.

Que os estúdios Disney faça um filme assim, é o esperado. A apologia aos Estados Unidos ser trocada pela apologia à China é o que impressiona. Se uma das mais poderosas máquinas de propaganda político ideológica americana já se coloca abertamente à serviço do governo chinês, talvez a China já tenha ganho a terceira guerra mundial e a gente nem percebeu.